Dólar tem segunda queda consecutiva e fecha no menor nível em mais de 20 dias após dados do payroll americano

Nesta sexta-feira, 3, o mercado doméstico de câmbio registrou o segundo pregão consecutivo de forte queda do dólar, acompanhando o desempenho da moeda no exterior. O fechamento da moeda americana foi o menor em mais de 20 dias, em meio a dados abaixo do esperado do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos, o que aumentou as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).

O real teve os maiores ganhos entre as moedas emergentes e de países exportadores de commodities, em um movimento de recuperação após as recentes perdas. Houve relatos de desmonte de posições cambiais defensivas no mercado futuro e possíveis ingressos de investidores estrangeiros na bolsa brasileira.

A moeda americana oscilou entre sua máxima de R$ 5,1174 e mínima de R$ 5,0454, encerrando o dia com recuo de 0,84%, a R$ 5,0698. Esta foi a segunda baixa consecutiva em maio, acumulando um declínio de 2,36% nos dois primeiros pregões do mês, após ter subido 3,53% em abril.

Para o economista André Galhardo, da Remessa Online, a leitura abaixo do esperado do payroll foi crucial para a nova queda do dólar. Ele destaca que a moeda chegou a atingir o limite inferior do intervalo de flutuação estimado para a taxa de câmbio. Galhardo ressalta que os resultados dos indicadores da próxima semana, como a taxa de juros no Brasil e a inflação no Brasil e nos EUA, podem influenciar as oscilações da moeda americana.

A expectativa é que o Banco Central anuncie na próxima quarta-feira uma diminuição do ritmo de cortes da taxa Selic, o que poderia favorecer o real. Os dados divulgados na sexta-feira revelaram que a economia dos EUA criou 175 mil empregos em abril, abaixo das expectativas, além de um aumento na taxa de desemprego e ganhos salariais inferiores ao previsto.

O economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, destacou que os números divulgados servem para tranquilizar os mercados, indicando uma desaceleração do mercado de trabalho americano e menores pressões inflacionárias. No entanto, ele ressalta a necessidade de manter a cautela diante dos sinais de desaquecimento econômico. Jerome Powell, presidente do Fed, já descartou a possibilidade de alta de juros e indicou uma provável queda da taxa básica ainda em 2024.

Neste cenário, espera-se que as chances de o Federal Reserve cortar os juros em setembro aumentem, o que impacta diretamente o mercado cambial. A queda do dólar no Brasil reflete essa expectativa de políticas monetárias mais flexíveis nos EUA, aproximando o real de valores mais favoráveis em relação à moeda americana.

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