A dispareunia de entrada é uma das causas da dor na entrada da vagina. Isso ocorre devido à redução da lubricação e atrofia dos tecidos após a menopausa. Assim como a pele seca e enruga com a idade, a mucosa da vagina também se torna mais frágil, o que pode levar a manchas e irritação após a relação sexual. Isso ocorre devido à atrofia dos tecidos e à secura vaginal. Em mulheres jovens, a causa dessa dor pode estar relacionada à falta de lubrificação adequada ou à falta de preliminares para lubrificá-la suficientemente. Já em mulheres mais velhas, a diminuição da lubrificação é comum devido à falta de hormônios após a menopausa e à atrofia genital típica da idade. Isso pode tornar o orifício de entrada vaginal mais estreito e a pele mais fraca, dificultando a penetração.
A solução para a dor na entrada vaginal é utilizar géis e cremes hidratantes para a vagina. Em casos de atrofia acentuada, algumas mulheres podem necessitar de hormônios, que podem ser aplicados localmente por algum tempo. No entanto, os lubrificantes habituais não são capazes de corrigir uma atrofia muito acentuada. Por isso, o uso de géis com hormônios e lubrificantes durante a relação sexual pode ser necessário.
Já a dor no fundo da vagina, conhecida como dispareunia profunda, pode estar relacionada à endometriose. Essa doença ocorre quando o endométrio, muco do útero, é colocado em locais que não pertencem, como os ovários. Isso faz com que o sangue se acumule nos ovários durante a menstruação, formando cistos de chocolate devido ao sangue velho. Esses cistos podem causar dor durante a penetração, juntamente com dores na pelve e durante a menstruação.
A endometriose é uma doença comum, afetando cerca de 10% das mulheres em idade fértil. No entanto, a dor da penetração causada por essa condição pode ser tratada ao se investigar e tratar a patologia subjacente.
Em qualquer caso de dor durante a penetração, é fundamental que a mulher procure um médico para que seja examinada, descubra a causa da dor e receba o tratamento adequado.
*Maribel Acién é professora de Obstetrícia e Ginecologia, atualmente Acadêmica Associada em Saúde Reprodutiva na University College London e Consultora Honorária em Ginecologia nos Hospitais UCL, graças a uma bolsa Next Generation EU-UMH.
