Segundo os relatos da imprensa, Mauro Cid teria dito em sua delação à Polícia Federal que o encontro contou com a presença do presidente Bolsonaro e dos três comandantes das Forças Armadas. No entanto, Heleno classificou a declaração como “fantasia”, afirmando que o ajudante de ordens não participava de reuniões com os comandantes militares.
Durante seu depoimento, o ex-ministro ressaltou que, apesar de ser militar, ele não participava de reuniões com a cúpula militar, pois sua convocação como ministro não incluía a convocação para eventos dessa natureza. Heleno também exerceu seu direito de permanecer em silêncio em algumas ocasiões, seguindo a permissão concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin.
Outro ponto levantado durante o depoimento foi a imagem apresentada pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que mostrava Mauro Cid em um encontro de Bolsonaro com os três chefes militares. Correia afirmou que o ex-ajudante de ordens participava das reuniões e que suas delações servem como testemunho. No entanto, Heleno negou a acusação, afirmando que a imagem era antiga.
Enquanto alguns membros da base de apoio ao governo Lula criticaram as afirmações do ex-ministro, defendendo Mauro Cid, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) apoiou Heleno e questionou a resistência em convocar o diretor da Força Nacional de Segurança Pública, Fernando Alencar Medeiros, nomeado por Lula. Girão destacou que a base governista não está interessada em investigar o que aconteceu no dia 8 de janeiro.
Antes do depoimento de Heleno, o presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), tentou colocar em votação o requerimento de convocação do diretor da Força Nacional, porém não houve acordo. A votação deve ocorrer na próxima reunião, que acontecerá antes da oitiva de Alan Diego dos Santos Rodrigues, acusado de tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília no ano passado.
Maia também destacou a importância de ouvir os suspeitos de financiar e divulgar atos golpistas, que já foram identificados pela Polícia Federal. O presidente da CPMI afirmou que não é possível encerrar os trabalhos sem ouvir esses indivíduos e defendeu a convocação dos financiadores.
É importante ressaltar que as informações aqui apresentadas foram obtidas a partir do depoimento do general Augusto Heleno à CPMI do 8 de Janeiro e não citamos a fonte para respeitar a solicitação de não referenciá-la.