O comunicado do Vaticano destacou que o papa está convencido de que a Igreja deve ouvir com atenção e compaixão aqueles que sofrem, especialmente aqueles que se sentem marginalizados pela Igreja. Nove freiras acusam Rupnik de assédio sexual e psicológico em uma comunidade na Liubliana, capital da Eslovênia, nos anos 90.
No mês passado, a Companhia de Jesus, da qual o Papa Francisco faz parte, anunciou a abertura de uma investigação contra o padre. O Vaticano também recebeu uma denúncia contra Rupnik e estabeleceu outubro de 2022 como prazo para encerrar o caso, caso não houvesse uma investigação canônica. Até então, Rupnik havia recebido apenas restrições impostas pela ordem dos jesuítas, incluindo a proibição de confessar e participar de atividades espirituais.
No entanto, a decisão do Papa Francisco de revogar a prescrição do direito canônico permite que o processo contra o religioso seja aberto. Em outro caso, Rupnik foi acusado de ter tido relações sexuais com uma mulher e, depois de ter sido absolvido, recebeu a maior sanção possível do Vaticano: a excomunhão. No entanto, a medida foi retirada imediatamente porque o clérigo admitiu os fatos e formalmente se arrependeu.
Na quinta-feira, a diocese de Koper, na Eslovênia, anunciou que aceitará Rupnik em agosto, após um pedido feito pelo próprio padre.
A decisão do papa de reabrir o caso contra Rupnik é mais um exemplo de seu compromisso em investigar denúncias de abuso e garantir justiça às vítimas. A Igreja Católica tem enfrentado um número crescente de casos de abuso sexual e tem sido criticada por seu histórico de encobrimento e proteção aos agressores. O Papa Francisco tem buscado enfrentar esse problema de frente e tem se empenhado em punir os responsáveis e promover um ambiente seguro para todos os fiéis.
A reabertura desse caso envolvendo Rupnik é mais um passo nessa direção e mostra que o Papa Francisco está disposto a enfrentar a questão do abuso sexual na Igreja de forma transparente e responsável. Espera-se que esse processo traga justiça às vítimas e que a Igreja aprenda com esses casos para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.