O estudo da Unesco ressalta que esse tipo de violência não está restrito a nenhuma região específica ou país em particular. Segundo Guilherme Canela, chefe da seção de Liberdade de Expressão e Segurança de Jornalistas da agência, os jornalistas que desempenham um papel fundamental na garantia de eleições livres e justas têm enfrentado dificuldades e impedimentos em seu trabalho devido a essa violência.
Além disso, o relatório mostra que 42% dos ataques contra jornalistas foram perpetrados por agentes da lei e 29% das vítimas eram mulheres. Canela destaca que as mulheres jornalistas são alvo de ataques digitais em todo o mundo.
Um dos pontos de preocupação apontados pelo relatório é o ano de 2024, que será marcado pela realização de eleições em 81 países, sendo chamado de “superano eleitoral”. Diante desse contexto, a Unesco destaca a importância de tomar medidas para garantir a segurança dos jornalistas durante a cobertura desses processos eleitorais.
Diante desse cenário, a Unesco faz recomendações para equilibrar a liberdade de imprensa em contextos de manutenção da ordem pública. Essas recomendações incluem estabelecer um relacionamento profissional entre agentes da lei e meios de comunicação, facilitar o acesso e o trabalho dos jornalistas, garantir a segurança e um ambiente de trabalho seguro, além de realizar treinamentos para os agentes de segurança.
Neste Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, a Unesco alerta sobre os riscos enfrentados pelos jornalistas durante os processos eleitorais e defende a importância de agir para prevenir a violência e garantir a segurança desses profissionais. O relatório serve como um alerta para a necessidade de proteger a liberdade de imprensa e garantir que os jornalistas possam exercer seu trabalho de forma independente e profissional em futuro próximo.