Rússia adiciona popular cantora ucraniana à lista de procurados por criticar invasão da Crimeia.

A Rússia acaba de adicionar à sua lista de foragidos uma notória artista ucraniana que venceu o concurso internacional de música Eurovision há sete anos. Este é mais um capítulo de uma ofensiva de Moscou contra personalidades culturais que criticam a invasão da Ucrânia.

A cantora, que é conhecida profissionalmente como Jamala, agora consta no banco de dados do Ministério do Interior da Rússia sob o nome de Susana A. Dzhamaladinova. Ela foi inserida na lista em outubro, mas a notícia foi divulgada pela mídia russa nesta segunda-feira. As acusações específicas contra Jamala não foram divulgadas, mas especula-se que ela tenha sido acusada de espalhar informações falsas sobre as atividades do exército russo, de acordo com o Zona Media, um site de notícias russo.

Vale destacar que a ação provavelmente terá um impacto limitado para a cantora, já que ela vive na Ucrânia. Atualmente, Jamala está na Austrália, onde reagiu à notícia postando uma foto em frente à Ópera de Sydney.

A carreira de Jamala tem sido marcada por sua defesa proeminente do povo tártaro da Crimeia, uma população que foi deportada em massa quando a região era parte da União Soviética. Em 2014, a Crimeia foi anexada pela Rússia, conduzindo Jamala a vencer o concurso da Eurovision no ano seguinte com uma música dedicada aos tártaros da região que foram deportados na década de 1940.

A Ucrânia tem usado a herança tártara da Crimeia para se opor ao domínio cultural russo na península, que historicamente sempre foi parte do império russo. Moscou está em uma campanha para silenciar ativistas que se recusam a aceitar o domínio russo da Crimeia e que condenam a guerra contra a Ucrânia, com mais de 30 artistas ucranianos banidos de entrar na Rússia desde abril de 2022, segundo o jornal russo Izvestia.

Além disso, vários artistas russos que condenaram publicamente a invasão da Ucrânia foram rotulados como “agentes estrangeiros” e muitos foram proibidos de se apresentar no país. A Rússia também tem tentado consolidar seu próprio mercado de música popular após ter sido essencialmente excluída do mercado europeu, incluindo a Eurovision, devido à invasão da Ucrânia.

Na semana passada, o ministro da Cultura da Rússia anunciou a criação do Intervision, um concurso de canções populares do país, em uma tentativa de preencher o vazio deixado pela exclusão dos eventos musicais europeus. Este é mais um sinal do esforço de Moscou para criar alternativas de entretenimento internas, já que tantos artistas internacionais vêm se recusando a se apresentar na Rússia devido à situação política.

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