TST promove 6º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negras e Negros para debater ações afirmativas e democratização racial no Judiciário

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu início, nesta quarta-feira (22), ao 6º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negras e Negros (Enajun), um importante evento que se estenderá até a sexta-feira (24) e promoverá debates essenciais sobre o uso das ações afirmativas para a transformação das estruturas de poder, estratégias de luta da população negra, entre outros temas de grande relevância.

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Lelio Bentes Corrêa, enfatizou a importância da presença significativa de pessoas negras para acompanhar os debates, um cenário que não era comum em eventos anteriores. A ocupação de espaços de poder por pessoas negras é vista como imprescindível para a democratização das instituições e para a concretização da justiça social, afirmou o presidente, salientando que o passado colonial e escravocrata do Brasil reflete na conformação social atual.

Bentes também fez menção aos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que a maioria esmagadora dos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos são pretos e pardos, além de outras estatísticas preocupantes relacionadas à situação precária em que se encontram muitos trabalhadores negros no país.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, também expressou apoio às ações afirmativas na magistratura, reiterando a importância de reparar injustiças históricas e reconhecendo que até mesmo aqueles que não são racistas se beneficiaram de uma estrutura opressiva no passado.

A juíza Adriana Meireles Melonio, magistrada auxiliar da presidência do TST e uma das organizadoras do evento, destacou que o Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negras e Negros foi criado em 2017 com o objetivo de buscar a democratização racial no Judiciário, diante da falta de representatividade de magistrados negros. Ela ressaltou que o evento simboliza a resiliência e esperança dos juízes e juízas negros e negras, que estão sempre solitários em seus espaços e que fizeram do Enajun o seu “quilombo”.

A programação completa do evento está disponível no site do TST, e promete ser rica em discussões relevantes e essenciais para o avanço da justiça social no país. O 6º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negras e Negros representará, sem dúvida, uma oportunidade valiosa para promover avanços significativos no combate às desigualdades raciais no sistema judiciário brasileiro.

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