Instituto Butantan desenvolve vacina contra o vírus Zika, com testes em animais previstos para agosto de 2024.

O Instituto Butantan divulgou recentemente que está desenvolvendo uma vacina contra o vírus Zika, que tem sido associado à microcefalia em bebês durante a gestação. A vacina em desenvolvimento é composta pelo vírus inativado, considerado pelo instituto como a plataforma ideal e mais segura para aplicação em gestantes.

De acordo com o comunicado do Butantan, os testes em animais devem começar no segundo semestre de 2024. Os cientistas estão trabalhando no estudo da vacina desde 2015, quando o Brasil enfrentou uma epidemia do vírus Zika. Durante esse período, o país registrou quase 1,9 mil casos de microcefalia congênita, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Estudos de prova de conceito realizados em animais já demonstraram que a vacina é capaz de gerar anticorpos neutralizantes contra o Zika. A próxima etapa, programada para agosto de 2024, será a realização de testes pré-clínicos de segurança para avaliar a tolerabilidade e possíveis reações adversas.

Apesar de estar em fase inicial, a expectativa em relação à nova candidata a vacina é positiva. Ela utiliza técnicas clássicas de produção, além de um adjuvante tradicional, o hidróxido de alumínio, considerado seguro pela comunidade científica.

O Instituto Butantan explicou que o processo de produção do imunizante consiste no cultivo de células, multiplicação em biorreator e inocular com o vírus, seguido pela filtragem para eliminar contaminantes celulares. Em seguida, o vírus é inativado e purificado. O produto final pode ser armazenado em refrigeração comum, entre 2°C e 8°C.

Após testar mais de 60 composições nos últimos anos, os pesquisadores trabalham agora na versão final da vacina, que será enviada para estudos pré-clínicos. Com a formulação estabelecida, o produto tem uma estabilidade de 100% por, pelo menos, quatro meses e atividade comprovada por até oito meses.

A microcefalia é uma condição em que a cabeça do bebê é menor do que o esperado, exigindo acompanhamento médico constante. As crianças afetadas podem apresentar diversos problemas de saúde, e a principal forma de prevenir a doença é eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika.

O trabalho de desenvolvimento da vacina contra o Zika foi temporariamente interrompido em 2020, devido à pandemia de Covid-19, quando as equipes de virologia precisaram concentrar seus esforços no combate ao novo coronavírus. No entanto, o Instituto Butantan retomou o projeto e continua empenhado em desenvolver uma vacina eficaz e segura contra o Zika.

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