Uma das principais conclusões do estudo é que a prevenção do surgimento desse tipo de câncer poderia reduzir significativamente os gastos com saúde no Brasil. Além disso, a prevenção desses tipos de câncer contribuiria para a aplicação de recursos em outros tratamentos. Segundo o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Júnior, a prevenção não só evitaria 4,5 mil mortes por ano, mas também reduziria os gastos com diagnóstico, tratamento e internações, abrindo espaço para pacientes com outros tipos de câncer no sistema de saúde.
A consultora médica da Fundação do Câncer, Flávia Miranda, ressaltou que a maioria dos pacientes com esses tipos de câncer tem mais de 50 anos, baixa escolaridade e é negra, o que indica que existem disparidades regionais e socioeconômicas no acesso aos serviços de saúde. Ela destacou também a importância da vacina contra o HPV como medida preventiva, e ressaltou a necessidade de informação, comunicação e educação para superar as resistências em relação à vacina.
A publicação do info.oncollect pode contribuir para a formulação de políticas públicas específicas, visando à detecção precoce e ao acesso igualitário aos cuidados de saúde. Com essas informações, será possível desenvolver intervenções direcionadas e garantir melhores resultados para todos os pacientes. Além disso, a médica ressaltou que a vacinação contra o HPV é fundamental não apenas para a prevenção do câncer do colo do útero, mas também para prevenir outros tipos de câncer relacionados ao vírus.
No entanto, Flávia Miranda alertou que a questão da vacinação contra o HPV ainda enfrenta resistências devido a falsas associações entre a vacina e a iniciação sexual precoce, além de outras fake news que circulam sobre o tema. Ela enfatizou a importância de combater essas informações falsas e de conscientizar a população sobre a importância da vacinação como uma medida eficaz na prevenção do câncer relacionado ao HPV.
Em resumo, a pesquisa da Fundação do Câncer mostra que a prevenção do HPV é fundamental para reduzir o impacto desses tipos de câncer no Brasil, melhorar o acesso aos serviços de saúde e garantir melhores resultados para os pacientes. A informação, comunicação, educação e a formulação de políticas públicas específicas são fundamentais para superar os desafios existentes e garantir a prevenção e o tratamento adequado para todos os indivíduos afetados por essa doença.