Segundo a PEIC, o endividamento reduz o poder de compra das famílias, especialmente em relação a produtos não duráveis, como alimentos, bebidas e combustíveis. A situação é agravada pelo fato de que o endividamento elevado pode levar a um ciclo vicioso, no qual as famílias precisam assumir novas dívidas para pagar as antigas, amplificando as despesas com juros e tornando ainda mais difícil sair da situação de endividamento.
A pesquisa também destaca que as famílias de menor renda em Pernambuco são as mais afetadas, com o cartão de crédito sendo o tipo de dívida mais frequente, seguido por carnês e crédito pessoal. O tempo médio de comprometimento do orçamento familiar com dívidas é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 63 dias no estado, um dia a menos do que a média nacional.
No entanto, há sinais positivos, já que o nível de endividamento das famílias pernambucanas caiu em novembro, atingindo um patamar próximo ao de julho de 2022. O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, atribui essa redução da inadimplência a fatores como a melhora nos empregos formais e na renda da população, indicando um cenário mais favorável em relação à inadimplência das famílias. Além disso, ele destaca que o programa Desenrola, que auxilia na negociação de dívidas, contribuiu para a redução da inadimplência.
É importante ressaltar que a inadimplência não afeta apenas os consumidores, mas também as empresas, que podem enfrentar dificuldades no fluxo de caixa, desencadeando uma desaceleração econômica. Portanto, é fundamental que medidas sejam adotadas para auxiliar as famílias a sair dessa situação e garantir a estabilidade financeira tanto para os consumidores quanto para as empresas.