Bispo crítico do governo de Daniel Ortega é preso na Nicarágua após denunciar a perseguição da Conferência Episcopal

Na quinta-feira (21), veículos de comunicação da Nicarágua e ativistas opositores exilados denunciaram a prisão de um bispo crítico do governo de Daniel Ortega, que foi condenado a 26 anos de prisão. A polícia nicaraguense não confirmou a denúncia, mas opositores exilados na Costa Rica e nos Estados Unidos afirmaram que o bispo Isidoro Mora, responsável pela diocese de Siuna, foi preso juntamente com dois seminaristas no município de La Cruz de Río Grande. Esta situação apenas agrava a tensão que envolve a oposição e a Igreja no país.

Recentemente, Mora havia manifestado seu apoio a monsenhor Rolando Álvarez durante uma missa em Matagalpa. Durante a cerimônia, ele afirmou que os membros da Conferência Episcopal “estão sempre unidos rezando pelo monsenhor Rolando.” Isso gerou uma onda de críticas e resultou na prisão do bispo, que demonstra a crescente repressão do governo contra qualquer manifestação de oposição.

O caso de Álvarez, que foi preso em 2022 e condenado no mês de fevereiro, reflete a dura realidade política que se vive na Nicarágua, com a repressão e perseguição a críticos do governo de Ortega. Além disso, nos últimos anos, houve um aumento significativo dos ataques contra a Igreja, incluindo a expulsão de dezenas de sacerdotes e religiosos do país.

A situação da Nicarágua, que já era delicada, se agravou ainda mais após os protestos de 2018, que resultaram em centenas de mortes. O governo orquestrou um plano para fechar milhares de organizações não-governamentais, incluindo órgãos religiosos. Com isso, a liberdade de expressão e opinião no país deteriorou-se significativamente, impactando não apenas os opositores políticos, mas também a igreja e a sociedade civil como um todo.

Portanto, a prisão do bispo Isidoro Mora é mais um capítulo nessa triste história de repressão e perseguição na Nicarágua. As tensões políticas e sociais continuam a aumentar, e é urgente que a comunidade internacional preste atenção a essa situação e busque soluções para proteger os direitos humanos e a liberdade no país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo