Chico Mendes: 35 anos de luta e legado na Amazônia – um relato emocionante do amigo sobre a morte e o legado do líder seringueiro.

Chico Mendes e a luta pela preservação da Amazônia

O dia 22 de dezembro de 1988 marcou um episódio triste na história da preservação da Amazônia. Nessa data, o ativista e ecologista Chico Mendes foi assassinado em Xapuri, no Acre, deixando um legado imensurável para a causa ambiental. Aos 64 anos de idade, Gomercinco Rodrigues, engenheiro agrônomo e amigo de Chico Mendes, relembra com detalhes todos os momentos que antecederam e sucederam o trágico episódio.

Gomercinco recorda que estava presente na casa do ativista minutos antes de seu assassinato, onde conversaram sobre o futuro dos trabalhadores rurais, além da preocupação com a segurança de Chico Mendes. Segundo o engenheiro, “para que isso não ficasse no esquecimento, os companheiros e companheiras, na noite do assassinato, criaram esse espaço de mobilização, mas também de acompanhamento de casos como o do Chico Mendes e do seringueiro Wilson Pinheiro (assassinado em julho de 1980).”

A filha de Chico Mendes, Ângela Mendes, atual coordenadora do Comitê Chico Mendes, destaca a importância de manter viva a memória do pai e garantir que sua história não seja apagada. Ela destaca que nos últimos anos, tentaram reduzir a importância do Chico Mendes, chegando a fechar a casa dele, que é um memorial em Xapuri, e derrubar a estátua dele na cidade.

Além de preservar a memória do pai, Ângela atua como bióloga e participa de um projeto de sensibilização para a Amazônia na ONG internacional WWF, seguindo os passos do pai na luta pela preservação da floresta e da cultura das comunidades tradicionais.

O legado de Chico Mendes está presente hoje nas reservas extrativistas, um modelo de unidade de conservação de uso sustentável que nasceu da ideia revolucionária do ativista. Para Gomercinco Rodrigues, o grande legado de Chico Mendes foi a criação desse modelo que protege os meios de vida e a cultura das populações, baseado na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte.

O ativista e engenheiro ressalta a importância das reservas extrativistas na preservação da vida e dos direitos das pessoas em seus territórios. Ele defende que “desenvolver sem aumentar a poluição, sem aumentar a emissão de gases poluentes” é uma pauta atual e relevante, tornando o legado de Chico Mendes ainda mais visionário nos dias de hoje.

Portanto, a memória de Chico Mendes e sua luta pela preservação da Amazônia seguem vivas nas lembranças de seus amigos e familiares, assim como nas ações daqueles que seguem seu exemplo na defesa do meio ambiente e dos direitos das populações tradicionais. E, é essa memória e exemplo de esperança que continuam a inspirar novos ativistas a se unirem na luta por um futuro sustentável e justo para a região amazônica e suas comunidades.

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