A governadora Raquel Lyra afirma que há urgência na execução das obras para preservar o direito de habitação das famílias e evitar desastres futuros, como se a responsabilidade do governo fosse apenas reagir às tragédias em vez de preveni-las de forma eficaz. A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado, Simone Nunes, observa que a região é desassistida e esquecida, evidenciando a negligência do governo em garantir a segurança e infraestrutura adequada para as comunidades vulneráveis.
O projeto de urbanização e contenção de encostas é apresentado como uma grande ação, mas as medidas propostas parecem insuficientes para realmente proteger a população contra os efeitos devastadores das chuvas. A utilização da técnica de enrocamento para a contenção das encostas e a instalação de equipamentos de lazer são paliativos que não abordam a raiz do problema. Além disso, a proposta de um plano de assistência social para educar as pessoas a não expandirem suas habitações para áreas impróprias é, no mínimo, ingênua, considerando a falta de opções de moradia adequada para a população de baixa renda.
O anúncio da licitação e do projeto de urbanização pode ser visto como uma tentativa desesperada de melhorar a imagem do governo, enquanto ações concretas para prevenir futuras tragédias parecem estar em segundo plano. A tragédia de 2022 em Jaboatão dos Guararapes é um lembrete trágico da falta de preparo e comprometimento do governo de Pernambuco em garantir a segurança e bem-estar da população. A obra é apenas uma pequena tentativa de remediar os danos causados pela negligência do governo.