Congresso Nacional retoma trabalhos com 20 medidas provisórias pendentes de votação, incluindo a reoneração da folha de pagamentos e liberação de bilhões para precatórios e desastres climáticos

O Congresso Nacional retomou os trabalhos em fevereiro com 20 medidas provisórias (MPs) pendentes de votação, sendo a mais polêmica a que reonera a folha de pagamentos de 17 setores da economia. Outras dez causaram repercussão ao liberar R$ 96 bilhões para a quitação de precatórios e o enfrentamento de desastres climáticos.

A principal pauta em discussão é sobre a MP 1.202/2023, editada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida provisória tem levantado debates intensos e resistência no Congresso Nacional, especialmente por restringir os efeitos de uma lei que impactou as relações entre os Poderes Legislativo e Executivo.

A lei em questão é a Lei 14.784, aprovada pelo Congresso Nacional em novembro de 2023, que desonera a folha dos setores que mais geram empregos no país. O projeto foi vetado integralmente pelo presidente da República, mas teve o veto derrubado em dezembro do mesmo ano.

Diante desse panorama, a promulgação da nova lei pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, causou um cenário de instabilidade e tensão. A nova norma permite que as empresas beneficiadas pela desoneração substituam o recolhimento de 20% de imposto sobre os salários por alíquotas que variam de 1% a 4,5% da receita bruta, com o intuito de fomentar a geração de novos empregos.

No entanto, a MP 1.202/2023 proposta pelo presidente Lula estabelece uma alíquota menor de imposto a partir de abril, mas com limitações e redução gradual do benefício até 2027. Essa mudança é vista pelo governo como necessária para alcançar a meta de déficit zero nas contas públicas, enquanto encontra resistência na oposição.

O presidente do Congresso Nacional anunciou que o governo federal deve revogar o trecho da medida provisória que trata da reoneração após conversas com o ministro da Fazenda e o presidente da República. Além disso, a MP 1.202/2023 poderá receber emendas entre os dias 2 e 7 de fevereiro.

Além da MP sobre a reoneração da folha de pagamentos, há outras medidas provisórias que liberam recursos para a quitação de precatórios e para mitigar os efeitos de desastres climáticos. Estas proposições também estarão em pauta e visam direcionar bilhões para diversos órgãos públicos, visando atender necessidades emergenciais em diversas regiões do país afetadas por desastres naturais.

O monitoramento e as discussões sobre as várias medidas provisórias em tramitação no Congresso Nacional seguirão intenso, uma vez que cada uma delas possui prazos específicos e relevância para áreas distintas da sociedade. A análise e votação dessas medidas deverão ocupar uma parcela significativa do tempo do Legislativo no início deste ano.

As MPs são uma forma de o presidente da República buscar a tomada de decisões de forma mais ágil e devem ser votadas com atenção especial, pois possuem prazos definidos e, caso não sejam aprovadas em tempo hábil, perdem a validade. Sendo assim, o Congresso Nacional tem a responsabilidade de avaliar cada uma dessas medidas com cautela e rapidez, considerando os impactos que elas podem gerar para a sociedade e para a economia do país.

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