Lula exonera diretor da Abin após investigação de esquema de monitoramento ilegal e envolvimento com filho de Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma decisão importante nesta terça-feira (30) ao exonerar Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A demissão do segundo maior posto da agência foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite de hoje.

Essa exoneração ocorre em meio a uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto esquema de produção de informações clandestinas dentro da Abin durante a gestão do então diretor e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ). Um dos alvos da investigação é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Anteriormente, o presidente Lula havia afirmado em entrevista que se fosse comprovado o envolvimento de Moretti no monitoramento ilegal realizado no governo passado, não haveria condições de ele permanecer na instituição.

Alessandro Moretti, que estava na Abin desde março de 2023, continuou no órgão devido à relação de confiança com o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Lula. Com a saída de Moretti, o segundo maior posto da Abin será ocupado por Marco Aurélio Chaves Cepik, conforme relatado pela Casa Civil da Presidência da República. Cepik é professor universitário e atual diretor da Escola de Inteligência da Abin.

Vale ressaltar que antes de ocupar o cargo na Abin, Moretti teve passagens importantes pela Polícia Federal, assumindo a direção de Inteligência Policial (2022 a 2023) e de Tecnologia da Informação e Inovação (2021 a 2022). Além disso, ele também atuou como diretor de Gestão e Integração de Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) em 2020 e foi secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal entre 2018 e 2020.

A decisão de exonerar Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto da Abin mostra o posicionamento do governo de buscar transparência e investigar devidamente as questões relacionadas à produção de informações clandestinas. Essa movimentação marcante na Abin certamente terá repercussões nos próximos dias e merece a atenção da sociedade e da imprensa.

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