Pioneira no Departamento de Física da USP, Yvonne Mascarenhas recebe Prêmio Carolina Bori de Ciência & Mulher aos 92 anos

Yvonne Mascarenhas: pioneira na área e influenciadora

O percurso profissional da cientista Yvonne Mascarenhas é marcado por sua paixão pela Química. No entanto, a pesquisadora revela que, na adolescência, pensava em seguir carreira no jornalismo. Foi apenas durante a preparação para o vestibular que a fiz respectivos estudos e se especializou em assuntos que eram de seu interesse. Neste processo, Mascarenhas teve um excelente orientador, que a mostrou o quanto a química pode ser útil para a sociedade. Em 1956, ela se tornou a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade Federal de São Paulo.

O reconhecimento de Yvonne Mascarenhas como referência na área de química veio com os prêmios conquistados ao longo de sua carreira. A pesquisadora especializou-se na cristalografia, que é a ciência que estuda a composição dos materiais a partir da forma como as ondas os atravessam. Como resultado de seu pioneirismo e influência na área de química, a cientista foi agraciada com o Prêmio Women in Chemistry or Chemical Engineering Awards, da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac). Além disso, na última terça-feira (6), recebeu o Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Em entrevista exclusiva concedida à Agência Brasil, Mascarenhas relembrou os momentos marcantes de sua carreira na ciência. A cientista, que estudou nos Estados Unidos e na Inglaterra, teve experiências profissionais internacionalmente. No entanto, ela destaca o papel que a criação de uma comunidade de cristalografia no Brasil teve em sua carreira.

Além dos prêmios e reconhecimento na comunidade científica, Yvonne Pereira da Silva Mascarenhas buscou influenciar e inspirar outras pessoas, principalmente mulheres, em sua área de atuação. Atualmente, ela reforça a importância de se incentivar a atuação de mulheres na ciência, lembrando que o caminho em direção à igualdade nas carreiras científicas ainda é longo.

Em sua trajetória, Yvonne Mascarenhas também dedicou-se à docência, levando conhecimento a centenas de alunos por meio de cursos que organizou em diferentes regiões do Brasil. Quando se aposentou compulsoriamente, em 2001, a cientista continuou orientando alunos de mestrado e doutorado, proporcionando-lhes uma base sólida para o desenvolvimento de suas carreiras.

Atualmente, aos 92 anos, Yvonne Mascarenhas tem seu nome consagrado na comunidade científica, sendo citada como influência por muitos jovens que almejam seguir carreiras na ciência. Em sua jornada, ela destaca a importância de incentivar o papel das mulheres na área científica, além de ressaltar os desafios e as possibilidades para as novas gerações de cientistas.

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