Seguranças do Boteco Belmonte do Flamengo impedem agressão a mulher trans por uso de banheiro feminino; caso é registrado pela polícia.

Noite de sábado no Boteco Belmonte do Flamengo, funcionários do estabelecimento impediram que dois homens agredissem uma mulher trans após a vítima ter usado o banheiro feminino. Segundo relatos, a atriz e roteirista Galba Gogoia, de 29 anos, foi a um bloco de carnaval no Aterro com dois amigos, mas se sentiu desconfortável e resolveu deixar o local para passar a tarde no bar.

Cerca de três horas após chegar ao estabelecimento, a atriz percebeu uma atitude estranha de homens que estavam ao lado de sua mesa. Ao perguntar a um amigo se estava tudo bem, ela começou a ser xingada por um dos agressores, que a questionou sobre o uso do banheiro feminino, afirmando que ela deveria ter vergonha na cara e que era homem. Galba rebateu, afirmando que seus documentos eram femininos e que ele deveria reclamar com a justiça brasileira. O homem então partiu para cima da vítima, que temeu pela sua segurança devido à força do agressor.

Porém, clientes de uma mesa próxima se levantaram para defendê-la e chamaram a polícia, que foi acionada. Além disso, os seguranças do bar também intervieram para conter a situação. Funcionários do Boteco Belmonte relataram que a situação ocorreu por volta das 18 horas de sábado e que os homens chegaram a se apresentar como policiais quando souberam que a viatura da polícia tinha sido chamada para resolver o conflito, mas fugiram antes da chegada dos agentes.

Após casos recentes de transfobia no Rio de Janeiro terem vindo à tona, Galba disse temer pela sua segurança. Ela relatou que o uso do banheiro feminino teria sido cerca de uma hora antes de ser abordada pelo agressor. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e está em processo de investigação pela Polícia Civil. Os agentes devem ouvir a vítima, funcionários do restaurante e testemunhas, além de requisitar imagens de câmeras de segurança do estabelecimento.

O ocorrido é mais um exemplo de violência e discriminação enfrentada por pessoas trans no Brasil, evidenciando a necessidade de se combater a transfobia e promover a inclusão e o respeito. É preciso que mais ações e medidas sejam tomadas para garantir a segurança e dignidade de todos, independentemente de sua identidade de gênero. A sociedade e as autoridades têm o papel de combater atos de violência e discriminação, promovendo a inclusão e o respeito mútuo.

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