Apagão em câmpus da UFRGS causa prejuízos milionários em pesquisas da instituição e revolta parlamentares

O câmpus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), localizado na zona leste de Porto Alegre, foi tomado por um apagão no início desta semana. Durante quase 30 horas, ao menos 20 unidades de pesquisa da instituição ficaram sem energia elétrica, ocasionando prejuízos milionários em pesquisas científicas, segundo estimativas de servidores.

O problema começou por volta das 14h da segunda-feira (12), com a luz só retornando às 19h da terça-feira (13). O causador do apagão foi a CPFL Serviços, empresa responsável por uma obra de ampliação da subestação da companhia. Durante escavações para essa obra, cabos do sistema elétrico foram rompidos, deixando uma das linhas de transmissão sem fornecimento de energia para a rede da distribuidora CEEE Equatorial.

Em entrevista ao Estadão, o vice-diretor da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Paulo Vitor Dutra de Souza, explicou que algumas das unidades atingidas pela falta de energia possuem geradores, mas não em quantidade suficiente para atender a demanda. Dessa forma, experimentos que envolviam centenas de plantas e animais foram prejudicados.

Como resultado, projetos de pesquisa das áreas de Horticultura e Zootecnia foram avariados, causando prejuízos expressivos. O vice-diretor Dutra de Souza revelou que experimentos com diferentes tipos de vegetação em um ambiente protegido foram completamente perdidos devido à falta de irrigação, levando à morte de todas as plantas. Além disso, cerca de 100 aves, além de peixes, que vinham sendo objetos de estudos científicos no setor de zootecnia, também morreram devido à falta de energia que impediu o funcionamento do ar-condicionado e das tubulações de oxigênio para os aquários.

Segundo a avaliação de professores envolvidos nas pesquisas, os prejuízos atingem a casa dos milhões de reais. Alguns equipamentos chegam a custar em média 700 mil dólares e foram estragados devido à falha no fornecimento de energia. A situação foi tão grave que o deputado estadual Miguel Rossetto (PT-RS) chegou a propor a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a prestação de serviços por parte da companhia de energia elétrica.

Procurado pela reportagem, o reitor da UFRGS optou por não se manifestar sobre o tema até o fechamento desta edição. Enquanto isso, a companhia de energia elétrica responsável pela inspeção se esforçou para concretizar o restabelecimento da energia, trabalhando em conjunto com a universidade para resolver a situação o mais rápido possível.

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