Projeto de lei prevê remuneração mínima e benefícios para motoristas de aplicativos em nova regulamentação trabalhista.

O governo anunciou recentemente a intenção de enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei complementar que visa estabelecer uma remuneração mínima para os motoristas de aplicativos, juntamente com outros direitos trabalhistas. Com mais de 100 projetos sobre o assunto em tramitação na Câmara dos Deputados, a proposta do governo busca assegurar que os cerca de 1,5 milhão de motoristas recebam, no mínimo, R$ 32,90 por hora de trabalho, sendo parte desse valor destinado a cobrir despesas como celular, combustível, manutenção do veículo, entre outras, não fazendo parte da remuneração mínima de R$ 1.412 estabelecida como salário mínimo.

A intenção do governo é manter os motoristas de aplicativos como trabalhadores autônomos, garantindo, no entanto, alguns direitos, incluindo os benefícios do INSS. A jornada de trabalho proposta seria de oito horas diárias, com um máximo de 12 horas, e os trabalhadores seriam denominados “trabalhador autônomo por plataforma”, podendo prestar serviços para várias empresas.

O deputado Airton Faleiro, presidente da Comissão de Trabalho, destacou a importância da proposta ao ressaltar a necessidade de garantir segurança e benefícios para os trabalhadores, inclusive em casos de doença ou falecimento. Além disso, o projeto também visa incluir os entregadores de aplicativos de empresas como iFood, ampliando a regulamentação para abranger diferentes modalidades de trabalho por aplicativo.

No entanto, nem todos os parlamentares estão de acordo com a urgência na análise do projeto. O coordenador da Frente Parlamentar dos Motoristas de Aplicativos, deputado Daniel Agrobom, manifestou discordância em relação ao cronograma proposto, argumentando que é necessário mais tempo para análise detalhada das propostas. Agrobom é autor de um projeto alternativo que estabelece uma metodologia diferente de remuneração mínima para os motoristas.

A proposta do governo resultou de um grupo de trabalho que contou com a participação de representantes dos trabalhadores e das empresas, acompanhados pela Organização Internacional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho. O debate em torno da regulamentação dos motoristas de aplicativos continua em andamento, com diferentes visões e propostas sendo discutidas e avaliadas no cenário político atual.

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