TSE estabelece critérios objetivos para identificar fraudes na cota de gênero nas eleições municipais, resultando na cassação de bancadas.

Neste ano, as eleições municipais serão marcadas por uma novidade no que diz respeito às regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pela primeira vez, o TSE decidiu incluir critérios objetivos para caracterizar fraudes na cota de gênero diretamente nas normas que regem o pleito. Essa medida foi aprovada em fevereiro, visando eliminar dúvidas sobre quais condutas são consideradas ilícitas pelo tribunal, de acordo com a jurisprudência atual.

Segundo as novas normas, uma candidata a vereadora com votação zerada ou muito baixa será automaticamente considerada fraudulenta, independentemente do motivo alegado para a baixa votação. Além disso, uma candidatura feminina será caracterizada como laranja se apresentar informações de prestação de contas idênticas a outra candidatura ou se não promover atividades de campanha em benefício próprio. Mesmo que essas situações ocorram sem a intenção de violar a lei, serão consideradas fraudes de acordo com as novas regras aprovadas.

Outro aspecto importante é que todos os votos recebidos pela legenda ou coligação envolvida na fraude serão anulados, levando à cassação de toda a bancada eventualmente eleita. Especialistas consultados pela Agência Brasil destacam a rigidez dessas regras, que surgiram após anos de julgamentos e condenações, especialmente nas últimas eleições municipais.

A inclusão dos critérios objetivos em uma resolução eleitoral deve contribuir para que as fraudes sejam identificadas mais facilmente e punidas desde o início do processo eleitoral. Para evitar possíveis fraudes, é essencial que haja maior envolvimento das mulheres na vida partidária, bem antes do período de candidatura. A Justiça Eleitoral reforça a importância de se alcançar a paridade de gênero no Legislativo, já que as mulheres representam 53% do eleitorado, mas ocupam apenas 17,7% das vagas no Congresso Nacional.

Porém, apesar das medidas mais rígidas, ainda há um longo caminho a percorrer para que as mulheres estejam em número equivalente ao eleitorado nos cargos legislativos. A advocacia destaca a necessidade de que a Justiça seja inflexível para garantir a igualdade de representatividade, de forma a promover a participação efetiva das mulheres na política e eliminar possíveis fraudes nas cotas de gênero nas eleições municipais.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo