Segundo a ONG Primeiro Departamento, mais de 60 pessoas foram deportadas a partir do aeroporto Pulkovo, em São Petersburgo, desde quinta-feira passada. O clima de apreensão e medo entre os imigrantes cresce diariamente, com relatos de detenções em diversos centros de detenção temporária e até mesmo em dormitórios e apartamentos.
Apesar de as autoridades negarem ações direcionadas e afirmarem que as deportações são um procedimento regular, outras cidades russas também têm sido palco de operações similares, conforme denuncia a ONG Primeiro Departamento. A incerteza sobre o destino dos imigrantes, em sua maioria provenientes de países da Ásia Central, como Uzbequistão e Tajiquistão, tem gerado um clima de instabilidade e medo entre essas comunidades vulneráveis.
A presença de imigrantes da Ásia Central na Rússia é uma questão complexa e contraditória. Enquanto esses trabalhadores fornecem mão de obra essencial para diversos setores da economia russa, eles são frequentemente vítimas de discriminação e tratados como cidadãos de segunda classe, como denuncia o pesquisador Bektour Iskender. Os episódios recentes de violência xenófoba e as deportações em massa apenas agravam essa situação já delicada.