Deportações em massa de imigrantes da Ásia Central agitam a Rússia após atentado terrorista em Moscou.

Na última semana, um ataque terrorista brutal chocou a Rússia, deixando 144 mortos e dezenas de feridos no Crocus City Hall, localizado nos arredores de Moscou. Esse atentado desencadeou uma série de deportações de imigrantes da Ásia Central, suspeitos de estarem ligados ao ataque, conforme apontam as autoridades russas. Dentre os detidos após a tragédia, quatro são cidadãos do Tajiquistão, o que intensificou ainda mais atos de xenofobia que já eram comuns no país.

Segundo a ONG Primeiro Departamento, mais de 60 pessoas foram deportadas a partir do aeroporto Pulkovo, em São Petersburgo, desde quinta-feira passada. O clima de apreensão e medo entre os imigrantes cresce diariamente, com relatos de detenções em diversos centros de detenção temporária e até mesmo em dormitórios e apartamentos.

Apesar de as autoridades negarem ações direcionadas e afirmarem que as deportações são um procedimento regular, outras cidades russas também têm sido palco de operações similares, conforme denuncia a ONG Primeiro Departamento. A incerteza sobre o destino dos imigrantes, em sua maioria provenientes de países da Ásia Central, como Uzbequistão e Tajiquistão, tem gerado um clima de instabilidade e medo entre essas comunidades vulneráveis.

A presença de imigrantes da Ásia Central na Rússia é uma questão complexa e contraditória. Enquanto esses trabalhadores fornecem mão de obra essencial para diversos setores da economia russa, eles são frequentemente vítimas de discriminação e tratados como cidadãos de segunda classe, como denuncia o pesquisador Bektour Iskender. Os episódios recentes de violência xenófoba e as deportações em massa apenas agravam essa situação já delicada.

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