Grupo antivacina liderado por Robert Kennedy Jr. recebe milhões de dólares compartilhando desinformação durante a pandemia, revela análise.

Um grupo antivacina liderado pelo candidato presidencial americano Robert Kennedy Jr. foi descoberto arrecadando milhões de dólares enquanto compartilhava informações falsas durante a pandemia de coronavírus. Uma análise dos registros fiscais públicos realizada pelo site de investigação ProPublica revelou que o coletivo Children’s Health Defense (CHD) conseguiu arrecadar cerca de US$ 46 milhões entre 2020 e 2022, um aumento significativo em relação aos três anos anteriores.

Além disso, outras quatro organizações também receberam doações que totalizaram mais de US$ 100 milhões em dois anos. Especialistas acreditam que essas organizações contribuíram para a disseminação de desinformação sobre a vacinação, colocando em risco a saúde pública. O dinheiro arrecadado foi utilizado para fortalecer a influência política desses grupos e se opor às medidas sanitárias implementadas nos Estados Unidos.

Os detalhes sobre a origem das doações ainda são desconhecidos, e o CHD não respondeu às perguntas feitas pela AFP. No entanto, o relatório enfatiza como a desinformação sobre a vacinação e a covid-19 tem impactado negativamente a sociedade. O aumento do faturamento do CHD também coincidiu com um aumento nos salários de seus executivos, incluindo Robert Kennedy Jr.

Kennedy, conhecido por promover teorias conspiratórias contra a vacinação, recebeu um salário de mais de meio milhhão de dólares como chefe da organização em 2022. Sob sua liderança, o CHD disseminou informações falsas sobre as vacinas contra a covid-19, criando hesitação em relação à imunização e permitindo o ressurgimento de doenças como o sarampo.

Outro grupo antivacina, a Rede de Ação de Consentimento Informado (Ican), também viu suas receitas aumentarem significativamente durante a pandemia. Com a falta de transparência sobre a origem das doações e o uso do dinheiro arrecadado para processar conselhos médicos e promover uma agenda política, essas organizações estão sob escrutínio.

Especialistas alertam para as consequências negativas dessas atividades e ressaltam a necessidade de maior regulamentação e transparência nas organizações sem fins lucrativos. Apesar dos esforços legais e judiciais movidos por esses grupos, muitas de suas ações não têm obtido sucesso. No entanto, a persistência desses grupos em promover desinformação e desafiar as autoridades sanitárias continua a ser uma preocupação para a saúde pública.

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