Equatorianos decidem em referendo extradição e penas mais duras para traficantes em clima de terror por assassinatos de prefeitos.

Neste domingo (21), mais de 13,6 milhões de equatorianos estão nas urnas para decidir em um referendo crucial para o país. As questões em pauta incluem a extradição de equatorianos, algo proibido pela Constituição desde 1945, e o endurecimento das penas contra traficantes de drogas. O clima de terror instaurado pela recente onda de violência, que culminou com o assassinato de dois prefeitos na mesma semana, paira sobre a população.

O presidente Daniel Noboa, eleito em uma votação atípica para um mandato de 18 meses, propôs as medidas que estão sendo votadas. Para ele, este referendo serve como um termômetro para sua possibilidade de buscar a reeleição em 2025. Em caso de aprovação das propostas, Noboa pretende ampliar o papel das Forças Armadas no combate ao crime e aumentar as penas para crimes como tráfico de drogas.

As pesquisas indicam que o “Sim” deve prevalecer com até 65% dos votos, em meio a um cenário de crescente violência nas ruas e poderio dos traficantes de drogas. O clima de insegurança é evidente, com mais de dez políticos mortos a tiros desde 2023 e um aumento expressivo no número de homicídios.

Noboa, com uma popularidade de 69%, declarou guerra contra organizações ligadas a cartéis no México e na Colômbia, após um violento ataque que resultou em várias mortes. Ele decretou estado de conflito armado interno e ordenou que as Forças Armadas combatessem grupos considerados terroristas e beligerantes.

Além dos desafios relacionados à segurança, o Equador também enfrenta a maior crise elétrica de sua história. A seca, sabotagens e corrupção afetaram o funcionamento das hidrelétricas, resultando em apagões frequentes e uma situação de emergência energética.

Em meio a tantos desafios, a população equatoriana se vê diante de um referendo decisivo que poderá moldar o futuro do país no combate ao crime e na garantia da segurança dos cidadãos. O resultado deste domingo certamente terá impactos significativos na política e na sociedade equatoriana nos próximos anos.

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