De acordo com os especialistas, a Organização Mundial da Saúde recomenda uma ingestão diária de 400 gramas de frutas, legumes e verduras para manter a saúde em dia. No entanto, apenas 19% dos produtos adquiridos pelos domicílios em 2018 eram dessa categoria de alimentos. O estudo utilizou dados da Vigitel Brasil 2023, do Ministério da Saúde, para analisar o panorama atual da alimentação nas capitais do país.
A substituição de alimentos saudáveis por ultraprocessados, que são ricos em aditivos químicos e representam um risco à saúde se consumidos com frequência, tem chamado a atenção de órgãos como o Conselho Nacional de Saúde. Eles destacam a importância de aumentar os impostos sobre esses produtos para desestimular o consumo. Segundo o CNS, os preços dos alimentos saudáveis aumentaram quase três vezes mais do que os ultraprocessados de 2006 a 2022, o que contribui para a má alimentação e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Uma das soluções sugeridas pelos pesquisadores é promover a produção de alimentos saudáveis localmente, reduzindo os custos de transporte e comercialização. Estima-se que a região metropolitana de São Paulo teria potencial para abastecer 20 milhões de pessoas com legumes e verduras anualmente, se iniciativas nesse sentido fossem adotadas. O estudo aponta que cidades como Belém, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife também poderiam se beneficiar desse modelo, abastecendo milhões de pessoas com alimentos saudáveis todos os anos.
Portanto, investir na produção e consumo de alimentos locais e saudáveis pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade da alimentação da população nas capitais brasileiras, prevenindo doenças e promovendo a saúde.