ONU manifesta preocupação com aumento da repressão ao hijab no Irã e pede libertação de mulheres presas por desrespeito ao véu

A ONU expressou nesta sexta-feira sua preocupação com os relatos que indicam que as autoridades do Irã estão intensificando os esforços para rastrear e punir mulheres que se recusam a utilizar o véu no país. O Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU demonstrou receio em relação a um projeto de lei que visa promover a cultura da castidade e do hijab, impondo penalidades mais severas às mulheres que não utilizam o hijab em público.

Durante uma coletiva de imprensa em Genebra, o porta-voz do gabinete da ONU, Jeremy Laurence, afirmou que nos últimos meses tem sido observada uma aplicação cada vez mais rigorosa da lei do hijab pelas autoridades iranianas, resultando em prisões em massa e assédio a mulheres e meninas, muitas delas com idades entre 15 e 17 anos.

Em meados de abril, a polícia iraniana anunciou um aumento nos controles sobre o uso do hijab, com centenas de empresas, como restaurantes e cafés, sendo fechadas por não cumprirem a lei. Câmaras de vigilância estão sendo utilizadas para identificar as mulheres que desrespeitam a obrigatoriedade do véu.

O caso que desencadeou uma onda de protestos foi a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, após ter sido presa pela polícia moral iraniana. A repressão aos protestos gerou um clamor global por justiça e respeito aos direitos humanos.

Embora o texto exato do novo projeto de lei não tenha sido divulgado, versões anteriores indicavam penas de até 10 anos de prisão, açoitamento e multas para as mulheres consideradas culpadas de violar o código de vestimenta obrigatório.

A ONU fez um apelo urgente pela libertação de todas as pessoas detidas por exercerem sua liberdade de opinião e expressão, em conformidade com os direitos humanos fundamentais. A organização destacou a importância de respeitar a liberdade individual e a diversidade cultural em todas as sociedades.

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