Mesmo com a meta de 95% prevista para ser alcançada até 2024, a queda registrada em 2023 foi a primeira vez que o indicador ficou abaixo deste índice desde 2016. O total de crianças nessa faixa etária frequentando a escola em 2023 era de 99,4%, demonstrando que algumas crianças com mais de 5 anos ainda estavam na pré-escola.
Para Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, a dificuldade de adaptação ao ensino remoto durante a pandemia foi um fator determinante para crianças mais novas que estavam represadas na pré-escola. Ainda de acordo com os dados, a frequência escolar de jovens de 15 a 17 anos no ensino médio também apresentou queda, ficando em 91,9% em 2023, abaixo dos 92,2% registrados em 2022. Essa baixa foi a primeira desde 2016, com o percentual de jovens no ensino médio despencando para 75%, também abaixo do índice de 2022.
A Região Norte foi a que apresentou a menor taxa de jovens nessa faixa etária frequentando o ensino médio, com 65,9%. Além disso, o número de jovens de 14 a 29 anos que não completaram o ensino médio foi de 9 milhões. Os motivos para o abandono da escola antes da conclusão do ensino médio variaram, sendo a necessidade de trabalhar o principal motivo apontado pelos homens, enquanto a gravidez foi mencionada significativamente entre as mulheres.
No que diz respeito à educação infantil, os dados ainda não atingiram a meta estabelecida pelo PNE. O percentual de crianças com até 5 anos frequentando creche ou pré-escola subiu de 91,5% em 2022 para 92,9% em 2023, ainda distante da universalização prevista. A taxa de analfabetismo, por sua vez, registrou o menor valor desde 2016, atingindo 5,4% em 2023. Já a média de anos de estudo do brasileiro com 25 anos ou mais foi de 9,9 anos, com 54,5% da população tendo concluído pelo menos o ensino médio e 19,7% com ensino superior completo, mostrando um avanço em relação aos anos anteriores.