Índia avança além da Lua para o Sol com emocionante lançamento de nova missão espacial.

A Índia deu mais um passo em seu ambicioso programa espacial ao lançar um foguete neste sábado (2) que transporta uma sonda para uma viagem ao centro do sistema solar. Poucos dias após o pouso bem-sucedido de um veículo não tripulado perto do polo sul da Lua, a missão Aditya-L1 (“Sol” em híndi) decolou às 11h50, horário local.

Centenas de espectadores eufóricos acompanharam a decolagem ao vivo, maravilhados com o barulho ensurdecedor da ascensão do foguete. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, parabenizou os cientistas e engenheiros envolvidos na missão, afirmando que os incansáveis esforços científicos continuarão para desenvolver uma compreensão melhor do universo.

A Aditya-L1 levará instrumentos científicos para observar as camadas mais externas do Sol em uma jornada de quatro meses. Enquanto Estados Unidos e a Agência Espacial Europeia (ESA) já estudam o Sol há décadas, se a missão da Agência Espacial Indiana (ISRO) for bem-sucedida, será a primeira vez que um país asiático entrará em órbita ao redor do Sol.

O astrofísico Somak Raychaudhury descreveu a missão como ambiciosa e explicou que a sonda estudará as ejeções de massa coronal, fenômeno que resulta em grandes descargas de plasma e energia magnética provenientes da atmosfera solar. Essas descargas podem ser tão potentes a ponto de afetar o funcionamento dos satélites, por isso a Aditya-L1 também ajudará a prever esses fenômenos e alertar o mundo para que os satélites possam cortar sua energia.

A sonda percorrerá 1,5 milhão de quilômetros até chegar ao Sol, o que corresponde a menos de 1% da distância entre a Terra e o astro. Ela é transportada pela nave PSLV XL, criada pela ISRO, que já foi utilizada em lançamentos direcionados à Lua e a Marte.

Apesar de ter um orçamento relativamente modesto em comparação com outras potências, o programa espacial indiano tem ganhado destaque nos últimos anos. A alunissagem da Chandrayaan-3, missão lunar da Índia, custou menos de 75 milhões de dólares e colocou o país ao lado de Estados Unidos, Rússia e China como uma das nações que já conseguiram realizar essa operação. Além disso, a Índia planeja enviar uma missão tripulada à órbita da Terra no próximo ano, uma missão conjunta com o Japão à Lua em 2025 e uma missão orbital a Vênus nos próximos dois anos.

Com sua expertise em reproduzir e adaptar tecnologias espaciais existentes e a utilização de engenheiros altamente capacitados a custos menores, a Índia tem sido capaz de expandir seu programa aeroespacial de forma surpreendente. O sucesso dessas missões reflete o compromisso do país em desenvolver seu conhecimento científico e explorar o universo de forma ascendente.

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