Brasil acolhe migrantes de diferentes nacionalidades, mas ainda precisa avançar na inclusão social, apontam especialistas em audiência pública.

O Brasil tem sido um destino de acolhimento para milhões de migrantes e refugiados que buscam abrigo em território brasileiro. Dados de 2022 apontam que mais de 108 milhões de pessoas em todo o mundo tiveram que deixar seus países de origem por motivos diversos, como perseguição política, crises climáticas e guerra. Nessa corrente migratória, o Brasil já acolheu cidadãos do Afeganistão, Síria, Haiti e Ucrânia, oferecendo vistos humanitários como forma de apoio e integração.

Apesar de ter legislação avançada na área de imigração, especialistas apontam que o Brasil precisa avançar na política de inclusão social para os migrantes. Durante uma audiência pública realizada pela Comissão Mista sobre Migrações e Refugiados (CMMIR), presidida pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), especialistas ressaltaram a importância de garantir a inclusão social e o direito ao trabalho para os migrantes que chegam ao país.

Um dos problemas apontados durante a audiência foi a revalidação dos diplomas de ensino superior dos migrantes, necessários para que possam exercer suas profissões no Brasil. Mara Gabrilli enfatizou a urgência em tramitar propostas legislativas que garantam essa revalidação, possibilitando que migrantes e refugiados possam trabalhar no Brasil nas áreas de sua escolha. Além disso, Luana Medeiros, coordenadora-geral do Comitê Nacional para os Refugiados, defendeu a desburocratização desse processo para que os profissionais estrangeiros possam desempenhar suas habilidades no Brasil de forma simplificada e adaptada à realidade das pessoas em deslocamento forçado.

Outro ponto discutido durante a audiência foi o acolhimento de crianças que chegam ao Brasil em busca de refúgio. A presidente da CMMIR ressaltou a necessidade de desenvolver uma política pública robusta para a primeira infância, considerando que nos últimos anos houve um aumento no número de crianças e adolescentes migrantes chegando ao Brasil. Os participantes da audiência enfatizaram a importância de garantir o acesso dessas crianças a políticas sociais, especialmente de saúde e educação, ressaltando a necessidade de avançar no acolhimento pós-emergencial e na efetivação dos direitos das crianças migrantes.

Nesse sentido, representantes do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) destacaram a importância de efetivar os direitos das crianças migrantes e refugiadas, especialmente no que diz respeito ao acesso à educação e outras políticas públicas. Em resumo, a audiência pública evidenciou a necessidade de avançar na inclusão social e integração dos migrantes no Brasil, garantindo seus direitos fundamentais e a possibilidade de exercer suas profissões no país.

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