Relator do STJ vota a favor de cumprimento de pena de Robinho no Brasil em caso de estupro na Itália, evitando impunidade.

O caso envolvendo o ex-jogador de futebol Robinho ganhou destaque no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta-feira (20), com o voto favorável do relator, ministro Francisco Falcão, para que ele cumpra no Brasil a pena de nove anos de prisão pelo crime de estupro, ao qual foi condenado na Itália. Falcão destacou que não há impedimentos legais para a homologação da transferência da pena e ressaltou a importância de evitar a impunidade.

Segundo o ministro, a Constituição brasileira não permite a extradição de brasileiros natos, o que torna necessária a transferência da pena para que não haja impunidade. Ele enfatizou que a não homologação resultaria em uma nova violação da dignidade da vítima, além de favorecer a impunidade do criminoso.

É importante ressaltar que o STJ não está julgando o mérito do crime em si, mas sim se estão presentes os requisitos legais para que a pena seja cumprida no Brasil, conforme solicitado pela Itália. O julgamento seguirá com o voto do ministro Raul Araújo, que já indicou uma posição contrária ao relator.

A defesa de Robinho argumentou que a transferência da sentença estrangeira seria inconstitucional e que tratados bilaterais proíbem a cooperação jurídica para a execução de penas restritivas. Além disso, alegou que a Lei de Migração, aprovada em 2017, não poderia retroagir para prejudicar o réu, pois os fatos criminosos ocorreram em 2013.

No entanto, o relator refutou todos os argumentos, destacando que a Lei de Migração possui natureza procedimental e pode ser aplicada retroativamente. A Procuradoria-Geral da República também defendeu a transferência da pena, ressaltando a importância de não permitir a impunidade de brasileiros que cometem crimes no exterior.

O julgamento ainda contará com os votos dos demais ministros do STJ, seguindo a ordem de antiguidade. A presidente, ministra Maria Thereza de Assis Moura, não participou da sessão por estar em viagem internacional, que foi presidida pelo vice-presidente da Corte, ministro Og Fernandes. A decisão final sobre o cumprimento da pena de Robinho no Brasil aguarda o desfecho da votação dos ministros.

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