Setor de saúde suplementar registra lucro recorde de R$ 3 bilhões no quarto trimestre de 2023, segundo dados da ANS.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou hoje os dados econômico-financeiros referentes ao quarto trimestre de 2023, revelando um cenário positivo para o setor de planos de saúde. De acordo com as informações financeiras enviadas pelas operadoras, o setor registrou um lucro líquido de R$ 3 bilhões no acumulado de 2023, equivalente a aproximadamente 1% da receita total, que ultrapassou os R$ 319 bilhões neste período.

O desempenho econômico-financeiro do setor em 2023 foi considerado o mais positivo desde o início da pandemia, com resultados líquidos positivos para todas as categorias. As administradoras de benefícios registraram um lucro de R$ 406,4 milhões, enquanto as operadoras exclusivamente odontológicas obtiveram um lucro de R$ 652,8 milhões e as médico-hospitalares atingiram um lucro de R$ 1,93 bilhão.

Apesar do resultado operacional negativo acumulado de R$ 5,9 bilhões registrado pelas operadoras médico-hospitalares ao longo do ano, o quarto trimestre isolado apresentou o melhor resultado desde 2021. Esse prejuízo operacional foi compensado pelo resultado financeiro recorde de R$ 11,2 bilhões, principalmente proveniente da remuneração das aplicações financeiras, que totalizaram quase R$ 111 bilhões ao final do período.

O diretor de Normas e Habilitação da ANS, Jorge Aquino, destacou que os resultados superaram as projeções para o setor e ressaltou a importância de uma revisão no modelo de gerenciamento e atendimento das operadoras para a melhoria dos serviços prestados. Aquino também enfatizou a necessidade das operadoras buscarem equilibrar suas receitas e despesas para garantir uma gestão mais eficiente.

Em relação à sinistralidade, o valor registrado em 2023 foi de 87,0%, representando uma redução de 2,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Esse índice indica que aproximadamente 87% das receitas das mensalidades são destinadas às despesas assistenciais. A redução da sinistralidade atual em comparação com anos anteriores se deve principalmente à recomposição das mensalidades dos planos, especialmente em algumas das maiores operadoras do país, em relação à variação das despesas.

Em resumo, os dados divulgados pela ANS apontam para uma recuperação econômica do setor de planos de saúde em 2023, com resultados financeiros mais positivos e a necessidade contínua de ajustes e melhorias na gestão das operadoras para garantir a sustentabilidade e qualidade dos serviços prestados aos beneficiários.

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