Manifestantes pedem investigação e punição de policiais após morte de imigrante senegalês em SP durante ação policial no centro

Na última quinta-feira (25), manifestantes se reuniram no centro da capital paulista para pedir investigação e punição dos policiais militares envolvidos na morte do imigrante senegalês Talla Mbaye, que caiu do sexto andar de um prédio durante uma ação policial na terça-feira (23). Os protestantes alegam que os policiais entraram no prédio sem autorização judicial e que a perseguição aos imigrantes senegaleses na região central é frequente.

De acordo com relatos dos senegaleses presentes, os policiais percorreram o prédio na Rua Guaianazes, abrindo diversas portas até chegar ao apartamento de Talla. Quando o senegalês percebeu a ação dos policiais, correu para a janela e acabou caindo. A antropóloga Amanda Amparo, pesquisadora do território da Cracolândia, que participou do protesto, afirmou que os senegaleses presentes relataram que Talla jamais se jogaria e que a situação foi um reflexo da perseguição constante que sofrem.

O grupo de manifestantes também pediu que a morte de Talla não seja investigada isoladamente, mas sim que seja considerada parte de um modelo de opressão contra a comunidade, visando evitar que mais senegaleses sejam mortos. A Secretaria de Segurança Pública informou que os policiais estavam patrulhando a região por conta de denúncias de comércio de celulares roubados, e acabaram detendo um homem com diversos aparelhos eletrônicos. Um segundo homem pulou pela marquise do prédio e acabou falecendo.

O advogado especialista em direitos humanos, Alisson Santos, ressaltou a importância de combater o racismo estrutural e institucional que afeta os imigrantes africanos, garantindo o acesso à Justiça e implementando políticas antidiscriminatórias. Para Santos, a criação de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos os residentes, independentemente de sua origem ou nacionalidade, é fundamental.

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