Justiça Federal determina retirada de invasores da Terra Indígena Alto Rio Guamá no Pará, após reinvasão de área desintrusada.

A Justiça Federal determinou a retirada de invasores da Terra Indígena (TI) Alto Rio Guamá, localizada no nordeste do Pará. A decisão foi tomada após líderes locais relatarem a reinvansão de cerca de 20 famílias que haviam sido retiradas da área durante uma operação de desintrusão no ano passado. A sentença, acolhendo pedido do Ministério Público Federal (MPF), obriga a saída dos invasores e a proteção do território indígena.

A TI Alto Rio Guamá é habitada pelos povos Tembé, Timbira, Urubu-Kaapór e Guajajara e sua demarcação foi realizada em 1945, sendo homologada em 1993. O MPF relatou que informações falsas sobre a possibilidade de reinvansão da área circularam no início do ano, culminando na invasão da região conhecida como Vila Pepino no último fim de semana.

A juíza federal Mariana Garcia Cunha determinou que a intimação dos não indígenas seja feita pela Força Nacional de Segurança Pública, com apoio operacional da Polícia Federal, e que a Funai tome medidas imediatas para garantir a proteção territorial. Além disso, a juíza ordenou a apresentação de um cronograma de ações para a retirada dos invasores e a identificação de possíveis áreas para reassentamento das famílias não indígenas.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também foi envolvido na resolução do conflito, com a responsabilidade de oferecer cestas básicas, cadastrar e selecionar as famílias que poderão ser assentadas e disponibilizar apoio logístico. A magistrada deu um prazo de 10 dias para que a Funai e o Incra apresentem suas ações concretas para garantir a proteção e desintrusão da terra indígena.

O Ministério Público Federal fez recomendações ao governo do Pará, solicitando a permanência da Força Nacional no local por pelo menos 180 dias, visando garantir a integridade e segurança das comunidades indígenas. O Incra afirmou ter disponibilizado informações que auxiliaram na elaboração do plano de desintrusão e pretende realocar as famílias em áreas de reforma agrária.

A Funai, por sua vez, destacou as ações de monitoramento territorial e desfazimento de estruturas remanescentes de ocupações irregulares, e informou que a equipe no local agiu para qualificar a situação e mediar o contato com os invasores. Medidas estão sendo tomadas para cumprir a sentença e evitar novas invasões na TI Alto Rio Guamá.

A situação continua sendo acompanhada pelas autoridades competentes, com o objetivo de garantir a proteção do território indígena e o cumprimento das determinações judiciais. O envolvimento da comunidade, órgãos responsáveis e instituições governamentais é fundamental para resolver o conflito de forma pacífica e justa.

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